domingo, 21 de setembro de 2008



Manifesto da Mãe Terra




"Os conquistadores tentaram nos domesticar, como fazemos com as araras e os papagaios. Tentaram matar nossa alma, fazer esquecer o que somos, mas ainda não nos venceram. E jamais nos vencerão. Porque somos os "Filhos do 501", Somos da terra e do céu. "E mesmo que o universo inteiro seja destruído, NÓS VIVEREMOS SEMPRE!".



Florêncio Almeida Vaz
Março de 2000 - Santarém - Amazônia - Brasil



.... Relatos de homens apaixonados pela terra, unindo nos seus escritos poesias, utopias e premonição da vida futura. Há quase 200 anos atrás, o índio Americano Seattle responde ao chefe de Estado sobre a oferta de comprar terras pertencentes a sua tribo, em resposta, o índio nos presenteia uma bela obra da antropologia datada em 1854.
O que isso tem a ver com nossa atualidade? Nosso momento? Teatro no Amazonas? Teatro quanto conceito estético e político?
Nada, se olharmos pela nossa efêmera necessidade. Mas a arte rompe barreiras e serve para além do entretenimento. Bertold Brecht é visitado para compor a obra, oportunizando para além do divertimento, um encontro reflexivo do HOMEM com a TERRA.
Olharmos com olhos étnicos é uma tarefa não comum. Quando catequizados, impuseram as leis cristãs. Poderiam eles ter ensinado o branco a viver melhor e ensinaram, mas "nunca tivemos tempo de parar e ouvir".
Busco com a obra um deleite de emoção e reflexão, rompendo o empirismo estético, quero chegar a brindar com os Deuses da terra meu dever quanto artista. Não será um espetáculo apaixonado e vazio. Por isso, visito as linguagens teatrais, as artes plásticas, o cinema, a dança-teatro, e a música para celebrar com teatro os Deuses que teceram os fios da Amazônia.
E uma espécie de Marx caboclo, de música inventada do avesso, cantigas de roda tribal, linguagem de vanguarda, dialética com cheiro de folhas secas. Nada folclórico por que disso estou cheio ...
Douglas Rodrigues
Diretor